sábado, 19 de novembro de 2011

Prisioneira

Ela vivia por si, trancada dentro de sua casa, mas morando nas
páginas dos livros. Somente lá ela encontrava seu refúgio, seu
abrigo. Por muitas vezes chegou a pensar que o mundo lá fora não
a interessava mais. Ela viva como uma artista. Os artistas vivem
no passado ou no futuro, nunca no presente. Trancava-se com
suas recordações. Era uma maneira de fugir do que a cercava.
Sabia que devia ter cortado o mal pela raiz... Tarde demais. A raiz
já havia brotado dentro dela... Com a leitura ela encontrava
distrações, dividia com os autores dos livros que lia, seus
sentimentos e os sentimentos escritos por eles. Tornou-se
prisioneira de sua própria vida. Mas se sentia bem apesar de tudo.
O medo muitas vezes nos torna limitados e nos impedem de
sermos compreensíveis. Por fim ela decidiu a não sair desse
mundo privado, caso nada desse certo dessa vez. Prometeu a si
mesma que ninguém a encontraria, a não ser a própria alma. 

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