Ela vivia por si, trancada dentro de sua casa, mas morando nas
páginas dos livros. Somente lá ela encontrava seu refúgio, seu
abrigo. Por muitas vezes chegou a pensar que o mundo lá fora não
a interessava mais. Ela viva como uma artista. Os artistas vivem
no passado ou no futuro, nunca no presente. Trancava-se com
suas recordações. Era uma maneira de fugir do que a cercava.
Sabia que devia ter cortado o mal pela raiz... Tarde demais. A raiz
já havia brotado dentro dela... Com a leitura ela encontrava
distrações, dividia com os autores dos livros que lia, seus
sentimentos e os sentimentos escritos por eles. Tornou-se
prisioneira de sua própria vida. Mas se sentia bem apesar de tudo.
O medo muitas vezes nos torna limitados e nos impedem de
sermos compreensíveis. Por fim ela decidiu a não sair desse
mundo privado, caso nada desse certo dessa vez. Prometeu a si
mesma que ninguém a encontraria, a não ser a própria alma.
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